KORG KROSS: lobo em pele de cordeiro


korg-kross-teclado-sintetizador-7990-MLA5310674276_112013-FO KROSS segue o mesmo padrão do tradicional “lobo em pele de cordeiro” da Korg. Pelo aspecto, engana. Compacto, leve, pequeno, todo em plástico. Obviamente o intuito é baratear a linha. Mas quando se toca nele, a surpresa é boa. Não decepciona. O músico encontra todos os timbres necessários, com qualidade e bom “punch” no P.A.

A Korg tem uma tradição de lançar linhas entry level com poder de fogo! Assim foi com os modelos X5, N5, X5D, 05R/W (módulo de meio rack) e agora, na geração Kronos, faz o mesmo com o KROSS. Aliás, a marca inova e lança o que se pode chamar de uma workstation completa. Ele tem recursos de combinação de sons (até 16 em layers ou splits pra você montar e combinar como quiser, com cinco inserts FX mais dois master Effects), sequenciador de 16 tracks com mesmo número de inserts efx do modo multi, arpegiador, modo pattern Drum, funções de controlador MIDI, entradas P2 estéreo e P10 mono para processar efeitos e gravador/reprodutor de áudio.

Duas versões
O KROSS vem em duas versões: de 61 teclas semipesadas e de 88 teclas NH (Natural Weighted Hammer Action) que, segundo o fabricante, reproduz o toque de um piano acústico, com teclas mais pesadas na região grave e mais leves nos agudos. Chama a atenção, também, o peso de apenas 12 quilos da versão 88, muito bom para quem quer ter um Hammer Action na estrada. As duas versões também funcionam a pilhas. Prático para quem não quer depender de fontes de energia externa ou precisa estudar e gravar dentro de um ônibus ou van na estrada. Imagine
aquele momento que você vai estrear com um artista, não teve tempo de estudar as músicas e já está na estrada…

Sistema
O sistema gerador de som é o EDS-i (Enhanced Definition Synthesis-integrated), desenvolvido exclusivamente para ele e derivado dos EDS/EDS-X dos irmãos maiores. Esse sistema permite até sete efeitos simultâneos, sendo cinco inserts e dois master. Há um total de 134 efeitos, desde básicos, como reverb, delay, chorus, flanger e rotary speaker, até modelagens de amplificadores pela tecnologia “REMS” Korg. Também há um vocoder.

Entradas para áudio externo
No painel traseiro há duas entradas para fontes externas de áudio. Uma é P2 (Line In) estéreo, a qual se pode conectar um aparelho MP3, saídas P2 de notebooks etc. A outra é P10 mono (Mic) para conectar um microfone ou um instrumento musical e endereçar aos efeitos internos do KROSS. Se você é um tecladista que canta ou toca outro instrumento como uma guitarra, isso é uma mão na roda, pois te livra de usar um mixer, por exemplo, e ainda te deixa uma boa gama de efeitos para processar seu outro instrumento ou voz.

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Gravador de áudio
O gravador de áudio permite gravar todas as performances no KROSS e, também, áudio de fontes externas pelas entradas P2 e P10. Você pode criar e reproduzir trilhas para acompanhamento ou sobrepor gravações e criar músicas completas. O áudio pode ser importado ou exportado por meio de um cartão SD, processo muito prático para trocas de arquivos com computador.

Sequencer, step sequencer e arpejador
O step sequencer dele lembra as antigas Drum Machines e permite criar paterns de até 64 compassos. Dezesseis botões dão acesso às notas individuais, permitindo ligar ou desligar cada uma. É um recurso muito prático e divertido para criar ritmos e fazer loops. O sequencer MIDI segue padrão SMF de 16 canais e oferece todas as ferramentas necessárias, como quantização, copy/paste etc. Também há um arpejador para todos modos.

Conectando ao computador
O KROSS se comunica pela porta USB com Windows e Mac. A Korg disponibiliza os programas KROSS Editor e KROSS Plug-In Editor que permitem editar todos os parâmetros do teclado pelo  computador. Também servem para fazer backups e carregar novas configurações de presets. O KROSS interage dentro de uma DAW pelo Plug-In Editor como se fosse um sintetizador em software.

Korg_Kross61_angledExecução
O painel é muito fácil de usar e intuitivo. Para facilitar a seleção de timbres, há um grande knob chamado “Category” no painel que, como diz o nome, separa os timbres por categorias. A experiência de tocar o KROSS é gratificante. De cara o músico se depara com um piano muito bom. Nesse aspecto, a Korg se superou. Nos teclados de boa relação custo-benefício da marca, esse quesito, até há poucos anos, era sofrível. Muitos consideravam os pianos acústicos o calcanhar de Aquiles da Korg, principalmente nos teclados entry level. Isso sempre foi motivo de muita  discussão. Mas, desta vez, o piano é bem amostrado e vem com várias versões de equalização e efeitos, todas boas e muito utilizáveis. Os pianos elétricos também são muito bons. Abusando de efeitos de flanger, chorus, wah wah ou quase sem efeitos, são todos bacanas. Sou da teoria de que,
para saber se um timbre é bom, é preciso “secar” os efeitos. Aí sim se vê a amostra sem “maquiagens”. E o que eu vi foram boas amostras.

Os órgãos com efeito rotary são muito bons. Há varias opções de combinações de drawbars e até mesmo algumas simulações de registros – de forma resumida, mas eficiente – usando a roda de modulação e os botões SW1 e SW2. Também há órgãos estilo Farfisa e Vox, além dos litúrgicos. De
início, senti um pouco de falta de “peso” nos órgãos, mas uma pequena edição nos equalizadores e em alguns outros parâmetros já me trouxe satisfação. Os Bells me agradaram. Todos cristalinos, bem definidos e encorpados, sem distorções nos agudos. Muito agradável. Strings bons no geral, tanto os orquestrais como os solo. Em particular, um violino solo Erhu, estilo chinês, me agradou bastante. Os naipes são muito bem construídos.

Em relação aos Brasses, encontrei bons instrumentos solo. Trompetes, trombones e saxes são todos bem amostrados. Creio que, bem combinados, seja possível construir naipes de metais muito bons.
Obviamente estão disponíveis os tradicionais sforzando, muted e outras variações.

Os tradicionais Leads da Korg também estão no KROSS. A marca sempre caprichou nesses timbres. Aliás, leads, pads e timbres eletrônicos sempre foram o forte da Korg. E, nesse teclado, isso continua. E segue toda uma lista de timbres como guitarras, violões, contrabaixos de todos os tipos,
percussões e baterias.

O “tecladinho” não deixa nada a desejar. Apenas senti falta de botões para mudanças de oitava no painel. Tal função pode ser endereçada aos botões SW1 e SW2, mas considero esse um item básico, principalmente em um instrumento de 61 teclas.

Conclusão
Se você é iniciante e procura um bom instrumento para começar, recomendo o KROSS. Se você é um profissional que procura um teclado para complementar seu set e que seja leve para levar aos
ensaios e gigs menores, o KROSS vai te surpreender! (Cristiano Ribeiro)

 

 

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