O novo teclado XP-50 integra em um mesmo equipamento um poderoso sintetizador multitimbral e um seqüenciador MIDI, com algumas características marcantes, como a polifonia de 64 vozes e a possibilidade de adicionar até quatro placas de expansão de memória, com novos timbres.
O painel do XP-50 possui um display LCD de 40 caracteres em 2 linhas, com contraste regulável. A programação e os ajustes são feitos por diversas teclas multifuncionais e três controles deslizantes. Há ainda uma tecla de Undo (permite desfazer uma operação anterior) e outra de Help (mostra o nome completo de cada parâmetro e sua faixa de valores. O teclado de 61 teclas possui sensibilidade a key velocity e a aftertouch, e é possível ao músico ajustar sensibilidade e resposta do instrumento de acordo com sua maneira (força) de tocar. A expressividade é um dos pontos marcantes do instrumento, pois muitos dos timbres possuem características sonoras dinamicamente controladas pelo toque do músico, além da flexibilidade para se escolher quais os dispositivos (intensidade do toque, pressão na tecla, controle deslizante, pedais, etc) devem controlar os parâmetros do som. O instrumento possui também um drive de disquete (3.5) para armazenar timbres e músicas. No painel traseiro, há um par de saídas de áudio (1/4) em estéreo, uma saída estéreo para fones, as tomadas de MIDI In, Out e Thru, além das entradas para três pedais (um de sustain e dois de função programável).
O SINTETIZADOR
Cada tone possui um wave generator (reproduz a amostra digital), um TVA (filtro), um TVA (amplificador para ajustar dinamicamente a amplitude) e um LFO (oscilador de modulação). Na memória interna, existem 448 amostras digitais (samples) para serem usadas pelos tones, e isso ainda pode ser ampliado, se forem adquiridas placas de expansão de timbres. O filtro TVF pode ser configurado como low-pass, band-pass, hi-pass ou peaking, sendo a freqüência de corte e a ressonância totalmente ajustáveis e controláveis em tempo-real, o que dá ao instrumento imensas possibilidades sonoras e expressivas. O TVA permite criar envoltórias e ajustar posicionamento do timbre no estéreo (pan), e o LFO pode ser usado para produzir alterações cíclicas (vibrato, etc). A maioria dos parâmetros do som pode ser controlado em tempo-real, por algum dispositivo. O TVF, por exemplo, que dosa a quantidade de harmônicos, pode ter suas características controladas pela intensidade com que se tocam as teclas, para obter sons mais aveludados ou mais brilhantes, conforme a força que se toca. A sensibilidade do filtro pode ser ajustada à essa força, conforme uma dentre 7 curvas de resposta, adequando o timbre à mão do músico. Esses mesmos recursos também existem no TVA, que controla o volume.
Dentre os recursos do XP-50, destacam-se o pan modulate, que permite escolher se a posição do som no estéreo será dependente da altura da nota, aleatória ou alternada (a cada nota tocada, o som muda de lado no estéreo). Outros recursos também interessantes são a sincronização do atraso do som com o clock interno (andamento) do seqüenciador, e o Stretch, que altera levemente a afinação do teclado, aumentando as freqüências das notas mais altas e diminuindo as freqüências das notas mais graves, simulando a afinação de pianos acústicos. E o instrumento ainda conta com portamento e legato, além da permitir afinações em escalas musicais não convencionais.
O instrumento dispõe de três processadores de efeitos: um para chorus, outro para reverb e delay, e um terceiro, chamado de EFX, que pode produzir diversos (40) tipos de efeitos diferentes, como distorção, enhancer, rotary speaker, pitch-shifter, além de vários reverbs, delays e chorus. Alguns dos parâmetros do processador de efeitos EFX podem ser controlados pelo músico em tempo-real, por meio do aftertouch, alavanca de pitchbend/modulation, pedais, etc. Com o EFX, é possível obter-se guitarras com distorção muito mais convincentes, pois pode-se aplicar a distorção do EFX à um som puro de guitarra. Dessa forma, obtém-se efeitos reais de intermodulação de notas, diferentemente da falsificação normalmente usada através de waves (amostras) prontas de guitarra já com distorção.
A memória interna de timbres contém cinco bancos de 128 patches, sendo que os patches do banco User podem ser alterados pelo usuário, e o banco Preset GM possui timbres compatíveis com o padrão General MIDI. Além dos patches de instrumentos cromáticos, há cinco kits de percussão (um deles compatível com padrão GM). Na programação dos kits de percussão, pode-se ajustar, para cada instrumento de percussão: afinação, filtro, envoltória e sensibilidade, pan, volume e a intensidade de reverb e de chorus. Merecem destaque os pianos acústicos, as guitarras e violões, os órgãos e os corais e vozes. Existem vários timbres sintéticos muito bons, como pads (camas) e sintetizadores analógicos, bastante beneficiados pelo uso de portamento e do recurso Analog Feel, e alguns timbres étnicos exóticos dão ao XP-50 uma aplicação ainda mais abrangente.
O sintetizador pode operar nos modos Patch ou Performance. No primeiro, o músico só pode tocar um timbre (patch) de cada vez, e é mais indicado para execuções solo. No modo Performance, no entanto, o XP-50 atua de forma multitimbral, com até 16 partes timbrais simultâneas, cada uma tocando um timbre diferente. A polifonia de 64 vozes permite ao músico trabalhar em modo multitimbral com bastante folga, podendo criar arranjos mais carregados de notas. As 16 partes timbrais podem ser configuradas independentemente, com ajustes próprios de timbre, afinação/transposição, volume, pan, região de notas, efeitos, etc. O recurso de Voice Reserve possibilita ao usuário estabelecer uma reserva mínima de polifonia para cada uma das partes, de forma a evitar que haja perda de notas em partes importantes do arranjo. No modo Performance, o teclado pode funcionar em layer, quando é possível alocar livremente as partes timbrais ao longo da extensão das notas, configurando partes para atuarem somente em determinadas regiões, ou então sobrepondo-as.
Também em Performance, o XP-50 pode transmitir - simultaneamente - em até 16 canais de MIDI, de forma que o músico pode configurar até 16 regiões diferentes de teclado (cada uma com a extensão que se desejar), para controlar timbres internos ou equipamentos externos, via MIDI. Se todas as 16 regiões estiverem ativas e alocadas na mesma extensão de notas, cada nota executada no teclado do XP-50 transmitirá 16 mensagens MIDI de note on e note off (nos canais de 1 a 16). Podem ser criadas diferentes configurações de partes timbrais, salvando-as em até 32 registros da memória interna de User Performances, fora as 64 Preset Performances, programadas na fábrica.
Além da grande capacidade de polifonia e expressividade, outro recurso que se destaca no XP-50 é a possibilidade de expansão de timbres. O músico que desejar ampliar a biblioteca de timbres pode adquirir e instalar dentro do equipamento até quatro placas de expansão de memória da série SR-JV80 (opcionais), contendo mais waves, patches e kits de percussão.
O SEQÜENCIADOR
O seqüenciador interno possui 16 trilhas e recursos para gravação em loop e em padrões (patterns), com algumas funções sofisticadas de edição, como quantização humanizada, além de ser compatível com seqüências padrão Standard MIDI File e Super-MRC (Roland). Graças à multitimbralidade de 16 partes podem ser executadas músicas com até 16 instrumentos diferentes, simultâneos, todos compartilhando os três processadores de efeitos.
A capacidade total do seqüenciador (memória interna) é de aproximadamente 20.000 notas e até 9.999 compassos, e a música pode ser gravada em tempo-real (tocando-se diretamente, no andamento), ou passo-a-passo. O músico pode escolher se quer gravar misturando as notas novas com as já existentes ou apagando-as, sendo possível gravar uma trilha enquanto ouve as que já gravadas. O recurso de punch-in/out permite remendar trechos gravados, sem ter que refazer toda a gravação, e há ainda a possibilidade de se gravar em loop, quando então o seqüenciador fica repetindo indefinidamente determinado trecho, enquanto o músico vai inserindo novas notas, a cada passagem. A gravação de patterns - muito útil para a criação de frases de bateria e baixo, por exemplo - permite que o compositor combine facilmente, na ordem que desejar, uma seqüência de padrões em uma mesma trilha.
A função Time Fit possibilita ajustar o andamento da música para que sua duração seja exatamente o tempo que se quiser (ótimo para jingles e vinhetas), e o Chain Play, permite ao usuário programar uma série de músicas para tocarem seguidamente, a partir do disquete, como uma jukebox.
O RPS (Realtime Phrase Sequence), um recurso bastante interessante, que já existia no MV-30, permite que se crie um ou mais padrões (rítmicos ou melódicos) e associando-os a determinadas notas do teclado, de forma que ao pressionar uma dessas teclas, ao invés de soar a nota, será disparado o padrão à ela associado, possibilitando ao músico compor, em tempo-real, seqüências completas através da combinação da execução desses padrões.
O XP-50 pode também ser útil para armazenar o conteúdo das memórias de outros equipamentos, pois seu seqüenciador é capaz de gravar mensagens MIDI SysEx enviadas via MIDI Bulk Dump. Assim, pode-se transferir esses dados para o seqüenciador do XP-50 e guardá-los em disquete, de forma que quando for preciso restaurar a memória interna de um equipamento, basta retransmitir-lhe seus dados SysEx novamente, a partir do seqüenciador.
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