Oberheim OB-Xa – o som de “Jump”


7439_oberheim_obxaO sintetizador analógico Oberheim OB-Xa substituiu o som da guitarra e mudou a história do rock nos anos 80

O sintetizador é ainda um instrumento fortemente ligado à ideia de música contemporânea. Desde que foi concebido em sua arquitetura atual por Robert Moog, na década de 1960, não saiu mais de moda. Por isso, não é exagero afirmar que com o aparecimento do Moog Modular, se deu início uma nova era na história da música: a dos sintetizadores.

Muitos podem pensar que um dos fatores responsáveis pelo sucesso do sintetizador seja a qualidade inata que esse instrumento tem de se renovar. Das várias características singulares, essa mania de se reinventar a cada ano com novos recursos e possibilidades de novos sons ao mesmo tempo nos deixa loucos e nos encanta. Na verdade, Robert Moog abriu caminho para a popularização e o aparecimento de vários novos modelos de sintetizadores, ano a ano, e que até os dias atuais procuram nos surpreender. E muitas vezes ainda conseguem.

Mas essa lógica se torna questionável quando a paixão por alguns modelos parece ignorar o tempo e os avanços tecnológicos. A tecnologia digital acabou atropelando os modelos analógicos que pareciam condenados à extinção. Mas, de repente, eles ressurgiram mais fortes do que nunca. Atualmente a tecnologia digital dedica um grande esforço em emular com precisão as características – até as imperfeições – de instrumentos analógicos clássicos. Um  dos clássicos mais emulados de todos os tempos é, certamente, o Oberheim OB-Xa. Praticamente todos os sintetizadores que vieram depois dele possuem pelo menos um de seus patchs de fábrica dedicados a essa lenda. E  não é incomum esse patch se chamar “Jump alguma coisa”. Alguns instrumentos possuem essa capacidade de resistência. Se perpetuam, independentemente dos avanços tecnológicos que pretendem atropelá-los.

Um desses clássicos imortais é sem dúvida nenhuma, o OB-Xa, ou melhor dizendo, toda a série de sintetizadores OB da Oberheim: OB-X, OB-Xa, OB-SX e OB-8. Mas o OB-Xa tem fama suficiente para representar neste artigo todos os seus irmãos.

jumpOberheim OB-Xa – o som de “Jump”

Para se ter uma ideia do poder do OB-Xa, ele foi capaz de levar um genuíno guitarrista de hard rock a trocar sua guitarra por um sintetizador. Eddie Van Halen estava na estrada desde 1974 e, no início dos anos 1980, já era uma estrela consagrada no universo do hard rock, a ponto de ser convidado por Michael Jackson para fazer o solo de guitarra na canção “Beat It”, provavelmente o mais conhecido da década de 1980. De repente, em 1984, para absoluta surpresa de todos, Eddie aparece tocando um sintetizador, e não uma guitarra. Mas, logicamente, não qualquer um, mas o poderoso e sedutor OB-Xa. A traição valeu a pena. “Jump” foi o single mais vendido da banda, e colocou Van Halen em primeiro lugar nos Estados Unidos. O sintetizador Oberheim OB-Xa pode ser visto no videoclipe de “Jump” e em vários vídeos de shows da banda. No entanto, segundo a ficha técnica do álbum, na gravação original foi utilizado o seu antecessor, Oberheim OB-X, potencializado por um amplificador Marshall. O OB-X, no entanto, tinha a má reputação de ser instável na estrada. O OB-Xa corrigiu esse problema, levando vários músicos a fazerem o upgrade. Em um cenário semelhante, Jean Michel Jarre usou o OB-X na gravação de “Magnetic
Fields”, mas durante os seus shows ao vivo podemos ver o OB-Xa sendo utilizado na mesma faixa. No fim das contas, eles são praticamente idênticos, com apenas algumas pequenas melhorias que foram implementadas ao OB-Xa, como um novo filtro de 24dB e as funções split e layer.

 

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