Hiromi Uehara se apresenta no Brasil


hiromi2-4-webA Série Jazz All Nights, da Dell’Arte, traz ao Brasil a pianista japonesa Hiromi Uehara e seu trio, em apresentações nos dias 25 de setembro, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 27 no Teatro Renault, em São Paulo, e 29 no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre

A incendiária pianista de jazz Hiromi Uehara traz ao Brasil sua energia explosiva e sua arte consumada. Ela consegue transformar a força do rock em uma exibição única de pirotecnia musical. Nascida em Hamamatsu, no Japão, em 26 de março de 1979, Hiromi, como gosta de ser hamada, é pianista e compositora, reconhecida pela virtuosidade, pelas performances  enérgicas e pela mistura bem dosada de elementos de vários estilos e gêneros – desde o post- bop à música clássica, passando pelo rock progressivo e o fusion – em suas composições.  Iniciou seus estudos de piano clássico com a idade de 5 anos e ingressou na Yamaha School of  Music no ano seguinte. Sua professora, Noriko Hikida, mostrou-se não apenas uma excelente  tutora em música erudita, mas também uma grande entusiasta do jazz. Em uma das aulas,   colocou uma gravação de Erroll Garner para a jovem aluna e, desde então, duas paixões  invadiram o coração da jovem: o jazz e a improvisação. “Assim que ouvi jazz, fiquei extasiada!  Comecei a ouvir e imitar, tentando aprender toda aquela nova experiência, mas sempre com muito amor e respeito pela música clássica”, conta a pianista.

Aos 8 anos, a estudante era capaz de improvisar sobre obras de Mozart, Haydn e outras peças  que estudava, ao mesmo tempo em que ouvia, ávida, as gravações de jazz que a mestre Hikida  trazia para as aulas. Além dos clássicos do gênero, artistas japoneses como Yosuke Yamashita, Toshiko Akiyoshi e Sadao Watanabe faziam parte da coleção. Continuando seus estudos eruditos e demonstrando incrível facilidade e domínio técnico e  artístico, foi convidada a apresentar-se, com apenas 14 anos, com a Orquestra Filarmônica da Tchecoslováquia.

chick-corea-hiromi-uehara-universal-music-groupA virada aconteceu aos 17 anos, quando Hiromi teve a oportunidade de  conhecer  Chick Corea no prédio da Yamaha, em Tóquio, e foi convidada a se apresentar com  ele no dia seguinte. Seu destino como jazzista foi traçado ali. Apesar disso, permaneceu no  Japão por algum tempo, compondo jingles para companhias japonesas. Mas a vontade de   aprender mais sobre seu gênero predileto falou mais alto e, com o intuito de beber  diretamente da fonte, mudou-se com 20 anos para os Estados Unidos, indo estudar na Berklee College of Music, onde encontrou outro padrinho e mentor: Ahmad Jamal. O veterano pianista ficou tão impressionado com a jovem que a apresentou à direção da gravadora Telarc e  coproduziu seu álbum de estreia, Another Mind, em 2003. Desde então, sua carreira decolou.  Desde participações em diversos festivais de jazz a gravações com Chick Corea e turnês com Oscar Peterson e Michel Camilo, Hiromi atravessa o mundo apresentando sua técnica  impecável e sua musicalidade ímpar. “Amo tocar ao vivo. E consigo realmente  sentir a energia positiva do público. Sair em turnê é como tentar encontrar amigos que gostam do mesmo tipo   de música”, afirma a pianista. Assistir a suas performances é uma experiência única, pois consegue contagiar ouvintes não só aficionados do jazz fusion, mas de todo tipo de música. Ultimamente, o formato preferido é o trio, formado por dois grandes nomes: Anthony Jackson, no baixo, e Simon Phillips, na bateria.

Há uma geração de músicos que combina grande técnica com incrível criatividade. Qual foi seu caminho para chegar a esse ponto?

Cresci ouvindo diferentes tipos de música. E isso era simplesmente natural para mim. Realmente não me forcei a fazer algo “fora do comum”, diferente. Isso simplesmente veio, naturalmente.

hiromi3Essa nova sonoridade tem a ver com a mudança de acentuação rítmica, saindo do tradicional “straight ahead jazz”,  mesmo tocando em 4/4?

Obviamente cresci ouvindo “straight ahead jazz”! Mas também ouvindo Chick (Corea) e Herbie (Hancock). E eles tem feito muitas coisas novas em música. E não ouvia só jazz, mas Frank Zappa, tudo de clássico, Stravinsky, Rachmaninoff… São tantos grandes compositores, todos alimento para minha música. Sempre gostei de conhecer as histórias e aprender quem eles ouviam. Chick Corea, por exemplo, me leva a Bill Evans e Bud Powell. Quero chegar na raiz de cada um que ouço. Eles levam a Oscar Peterson e Errol Garner, e assim por diante. O mesmo acontece com Frank Zappa, que era influenciado por Stravinsky. Todos têm uma influência, uma “raiz”. É sempre interessante ouvir aqueles que seus “heróis” ouviam e em quem se inspiravam. Então, o que nos tornamos é algo totalmente novo somado a tudo isso que buscamos, pesquisando entre nossos principais ídolos e o que eles ouviam. O que quero fazer da minha vida é continuar encontrando novos “alimentos” para minha música, porque quero  crescer e tenho sempre essa “fome”. Quero tocar com músicos que me deem novas ideias, que me inspirem, músicos que façam meu corpo inteiro querer aprender (risos). Existem tantas coisas novas, ideias, e estes músicos me fazem ver um novo horizonte, que eu não tinha   visto antes. É por isso que eu quero continuar aprendendo.

É o que acontece quando você se encontra em duos com Chick Corea e, mais recentemente, com Michel Camilo…

Isso! É “alimento” novo para mim. Gravar com Chick Corea, por exemplo, é como andar por uma grande biblioteca. Seu vocabulário musical é enorme. Tocar com ele é como abrir centenas de gavetas e em cada uma descobrir e tentar coisas novas. E ver onde vão com o que tenho.

Leia mais sobre Hiromi Uehara aqui!

 

 

 

 

 

 

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